Apesar de aparentemente inofensivos, os andadores para bebês são desaconselhados e desnecessários, pois, além de poderem atrasar o desenvolvimento motor normal da criança, fazendo-a até mesmo andar mais tarde, o andador é o equipamento infantil que mais provoca acidentes e lesões, em especial devido à velocidade que os bebês podem atingir.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Pediatria, apesar de proibições em diversos países, “…o andador continua a ser muito popular e, contra as recomendações usuais dos pediatras, é utilizado por cerca de 60 a 90% dos lactentes entre seis e quinze meses de idade”.
Para estes pais, alguns dos principais motivos que os levam a permitir a utilização de tal objeto por seus filhos são:
- Eles dão mais segurança às crianças (evitando quedas);
- Independência (pela maior mobilidade);
- Promovem o desenvolvimento (auxiliando no treinamento da marcha);
- Promovem o exercício físico (também pela maior mobilidade);
- Deixam os bebês extremamente faceiros e, sobretudo, mais fáceis de cuidar.
Infelizmente, após anos de estudo, contatou-se que, tais pensamentos, estão equivocados.
Segurança
Com o andador, a maioria dos acidentes acontece quando o bebê esbarra em alguma coisa, como um tênis ou brinquedo jogado no chão, por exemplo, ou, até mesmo, quando ele encontra um degrau ou um obstáculo que faz o andador virar.
Geralmente, em um acidente com o andador, a primeira parte do corpo do pequeno a ser atingida é sua cabeça, podendo haver traumatismo craniano.
Outro perigo encontrado na utilização do andador está ligado a falsa sensação de segurança que os pais têm, imaginando que, por a criança estar presa no equipamento, não há problemas que ela fique mais tempo sozinha, quando, na verdade, o pensamento deve ser inverso. É mais provável que o bebê fique mais seguro diretamente no chão do que no andador, desde que o ambiente esteja preparado para isso.
Desenvolvimento
Andadores não contribuem em nada em seu desenvolvimento e tão pouco ajudam a criança aprender a andar. Na verdade, o equipamento pode até atrasar um pouco o processo. Isso porque faz com que a criança bata apenas a ponta dos pés no chão, deslizando pelos espaços.
Andar exige movimentos muito diferentes e mais complexos.
Apesar de algumas crianças pularem algumas etapas, para atingir os marcos do desenvolvimento, o bebê precisa passar pelas fases de rolar, sentar, engatinhar e brincar no chão.
Imagine nosso caminhar. Primeiro, apoiamos o calcanhar no chão, depois a parte da frente. Enquanto isso, o outro pé fica no ar, trocando o passo. Se pensarmos bem, o andar, apesar de ser algo comum, não é tão simples assim. Por isso, para uma criança aprender a andar, precisa treinar!
Além disso, as crianças também aprendem a andar ao observar e entender como os pés e as pernas se movimentam, coisa que, com o andador, torna-se praticamente impossível.
Com essa importante parte do processo fora do campo de visão direto do bebê, ele não consegue ver bem o que acontece com a parte inferior do corpo enquanto tenta caminhar. Dessa forma, ele não consegue captar importantes informações para o desenvolvimento motor.
5 motivos para não deixar o bebê no andador
1. A criança pode se machucar
O bebê que utiliza o andador tem um maior risco de cair por tropeçar no tapete, nas cadeiras, nos próprios brinquedos espalhados pelo chão, ou, até mesmo, de cair das escadas.
2. Pode fazer o bebê andar mais tarde
A criança precisa passar por todas as fases do desenvolvimento motor até aprender a andar sozinha. Se possibilitarmos que ela tenha um apoio no andador, antes dela ser capaz de ficar de pé sozinha, podemos fazê-la andar até 1 mês mais tarde que o esperado.
3. Pode atrasar o desenvolvimento intelectual
Um bebê que fica preso em um andador, não consegue explorar tanto o ambiente à sua volta, assim como as coisas do chão. Dessa forma, a criança tende a ter menos oportunidade de se interessar pelos brinquedos à sua volta, por não conseguir pegar nada do chão, por exemplo.
4. Atrapalha a forma de pisar
No andador, o bebê adota uma postura incorreta, podendo adquirir uma má postura no futuro, ou, até mesmo, problemas na coluna ou ao andar.
Além disso, quanto mais o bebê fica no andador, menos ele praticará o exercício de engatinhar, levantar e sentar. Fazer isso de forma constante é essencial para o bebê desenvolver a força nos músculos das pernas, para que ele consiga andar sozinho.
5. Pode prejudicar as articulações do bebê
Colocar no andador uma criança que, mesmo com apoio, ainda não consegue ficar de pé sozinha, pode levá-la a ter lesões nas articulações dos membros inferiores, por conta dos músculos das pernas que ainda não estão devidamente fortalecidos. As articulações poderão ficar mais “frouxas”, havendo risco de lesões.
Em resumo, os estímulos proporcionados pelo andador são inadequados quando comparados com aqueles mais instintivos dados pelos pais que acompanham a criança nos seus primeiros passos.
Além disso, uma criança que utiliza o andador por muito tempo pode se tornar mais insegura no momento em que precisar andar sem qualquer tipo de apoio, podendo fazer com que ela demore mais para aprender a andar sozinha.
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