Não podemos negar que, apesar de não haver preço que pague o sentimento de ser mãe, existem diversos desafios, principalmente nos primeiros anos de vida dos pequenos.
Um deles é a alimentação.
Até o sexto mês, os bebês devem se alimentar exclusivamente do leite materno. Porém, a partir deste período, se dá início à introdução alimentar, onde o bebê passará a ter contato com novos alimentos, resultando em mais uma fase de desafios para os pais.
Pensando nisso, trouxe neste artigo 5 boas práticas que poderão ajudar tanto papais e mamães que estejam dando início à introdução alimentar de seu filho, quanto aqueles que já estejam em uma fase mais avançada, porém, antes dos dois anos da criança.
O aleitamento materno deve continuar
Uma coisa importante sobre a amamentação é que, mesmo com a introdução alimentar, a criança deve mamar sempre que desejar.
Logo no início, os novos alimentos podem ser oferecidos depois das mamadas no peito, porém, se a criança estiver agitada ou chorosa, amamentá-la antes de oferecer outros alimentos pode ser uma forma de acalmá-la.
Conforme a criança vai crescendo e aceitando melhor as outras comidas no almoço e jantar, é recomendado que o leite materno vá sendo oferecido somente se a criança demonstrar que deseja mamar.
Esse é um período de transição para o pequeno. Por isso, pode ser que ele não aceite muito bem os novos alimentos. Portanto, é preciso ter paciência e persistência.
Outro ponto importante é que, no início da introdução de outros alimentos, o leite materno continua sendo o principal. Logo, não é preciso se preocupar tanto com a quantidade de comida que a criança irá consumir.
Água para matar a sede
Em geral, um bebê pequenininho não precisa tomar água até o sexto mês, pois, até essa idade, o aleitamento exclusivo materno dá conta de saciar qualquer tipo de necessidade que o bebê tenha. Ou seja, o leite da mãe é suficiente para uma boa hidratação, sem necessidade de água adicional.
A água deve ser dada somente a partir do momento em que novos alimentos, além do leite materno, sejam incluídos na rotina da criança.
Alguns pais, familiares ou cuidadores, para matar a sede dos pequenos, ao invés de água, oferecem outras bebidas, como água de coco, sucos naturais de fruta ou bebidas industrializadas.
Essa é uma prática não recomendável, pois, além de essas bebidas poderem conter açúcar, sódio e aditivos químicos, essa prática acaba habituando a criança a matar a sede apenas com bebidas açucaradas ou saborizadas, aumentando a chance dela apresentar excesso de peso, cárie e diabetes.
Comida da criança com consistência adequada
Um dos fatores mais importantes destes os 6 meses é a evolução da consistência na alimentação do bebê, ou seja, das papas principais e frutas, pois é a partir daí que o bebê fica pronto pra “comida da família” ou, mais tecnicamente dizendo, comida de consistência normal.
No início, a criança deverá receber a comida amassada com garfo.
Em seguida, deve-se evoluir para alimentos picados em pedaços pequenos, raspados ou desfiados, para que a criança aprenda a mastigá-los. Também podem ser oferecidos alimentos macios em pedaços grandes, para que ela pegue com a mão e leve à boca.
Quando já estiver um pouco maior, a criança pode comer a comida da família, cortando-se os pedaços grandes, quando necessário.
Um ponto importante no preparo é não usar liquidificador, mixer ou peneira para deixar a consistência da comida mais líquida, pois isso fará com que a criança tenha maiores dificuldades em aceitar alimentos mais sólidos no futuro, podendo apresentar engasgo e ânsia de vômito.
A consistência adequada é aquela que não escorre da colher, que é firme, que dá trabalho para mastigar, ajudando no desenvolvimento da face e dos ossos da cabeça, colaborando para a respiração adequada e o aprendizado da mastigação.
Quantidade dos alimentos
Um dos principais relatos de pais com filhos que já começaram a consumir novos alimentos é a dificuldade de fazer com que a criança aceite essa nova alimentação.
Apesar de ser uma situação angustiante, é normal.
Devemos nos lembrar que para o pequeno tudo é novidade, inclusive as comidas. Logo, é possível que o bebê apenas experimente um alimento e não queira mais, ou só aceite uma pequena quantidade.
É preciso respeitar o tempo e a individualidade da criança. À medida que ela cresce e se desenvolve, essa quantidade aumenta gradativamente.
Não se esqueça também que, enquanto ela estiver passando por essa fase, o leite materno ainda será o principal alimento.
Como saber se a quantidade está adequada?
A melhor maneira de saber se a quantidade de alimentos consumida está adequada é avaliar o crescimento. O peso e a altura na curva de crescimento devem ser acompanhados pelo pediatra e registrados na Caderneta da Criança.
Se o crescimento e o desenvolvimento estiverem de acordo com o esperado, é sinal de que a alimentação está adequada.
Vale ressaltar que nesta fase existem alguns acontecimentos comuns que podem interferir temporariamente na aceitação dos alimentos, como o nascimento dos dentes, a separação da mãe por longos períodos e a ocorrência de doenças.
Por tanto, é importante sempre manter o pediatra informado, pois uma rejeição frequente aos alimentos pode atrapalhar o crescimento da criança.
Sal na comida do bebê
Você sabia que aqui no Brasil o consumo médio de sal entre adultos e crianças está bem acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde?
Isso não é nada bom, principalmente para os bebês, pois o sal pode sobrecarregar os rins ainda imaturos da criança.
Por tanto, é preciso sempre evitar ou utilizar o mínimo possível de sal.
Um fator interessante que pode ajudar neste controle com seu pequeno é que o sal é uma questão de costume. Se o seu filho está próximo da fase da introdução alimentar, aproveite o fato de que ele ainda não conhece o gosto das coisas, para acostumá-lo a consumir alimentos com pouco sal.
Por natureza, o paladar da criança pequena aceita melhor os alimentos naturalmente adocicados, como cenoura, beterraba e batata-doce. Então use isso ao seu favor.
O ideal é que o sal seja introduzido na alimentação dos bebês apenas a partir dos 12 meses, pois o sódio e o iodo são facilmente supridos com o leite materno ou fórmulas, por exemplo.
E para uma alimentação mais saudável e balanceada, vale sempre contar com o auxílio do pediatra.