Beijar recém-nascidos: uma prática que pode ser fatal

Beijos em recém-nascidos: uma prática que pode ser fatal
Bebês precisam de carinho e proteção, o que significa, muitas vezes, sermos "chatos" e evitar beijar recém-nascidos. Confira!

Ao ver um bebezinho fofo e aconchegado é quase que natural surgir um sentimento de querer pegá-lo, dar carinho e beijá-lo. É normal! Desde sempre estamos familiarizados com tal sentimento e, embora façamos por amor, o ato do beijo deve ser evitado.

Muitos de nós gostamos de beijar, principalmente, as mãozinhas dos pequenos, mas não nos damos conta de que bebês tendem a levar suas mãos à boca e, por seu organismo ainda ser frágil, torna-se mais fácil o contágio por bactérias, fungos e vírus que podem estar presentes na saliva de outras pessoas. 

Já, em outros casos, algumas mamães, diante de tanta fofura, não resistem à vontade de dar um “selinho” no pequenos, porém, por mais inofensivo que isso pareça, beijar um bebê nos lábios ou próximo à boca, pode resultar na propagação do vírus da herpes simples tipo 1 (HSV 1), pois este é um dos germes mais comuns encontrados em nossa boca.

Para nós, adultos, tal vírus é inofensivo, porém, para recém-nascidos, pode causar herpes labial, bolhas perto ou dentro da boca ou até mesmo infecções graves, como doenças cerebrais, pulmonares e hepáticas. Em casos mais raros, pode até provocar quadros graves e levar à morte.

O sistema de defesa dos bebês

Para ficar mais claro como um simples beijo pode prejudicar a saúde dos pequenos, precisamos entender como funciona nosso sistema imunológico.

Nós possuímos uma imunidade inata, ou seja, que nasce conosco, mas que, infelizmente, é eficaz apenas contra uma quantidade limitada de infecções. Conforme vamos crescendo e tendo contato com germes (vírus e bactérias), vamos adquirindo e desenvolvendo mais imunidade.

Além disso o uso das vacinas faz com que o sistema imunológico, de forma induzida, produza anticorpos para defesa contra infecções específicas.

Portanto, por irmos adquirindo essa melhor imunidade ao longo da vida, alguns germes que para nós, adultos, são facilmente bloqueados por nosso sistema, podem acarretar graves problemas aos bebês, principalmente menores de 3 meses de vida.

Dicas para visitar o bebê

Percebeu que quanto mais cuidado tivermos com recém-nascidos melhor será para sua saúde? 

Por isso, ao visitar um recém-nascido, é fundamental higienizar as mãos, mesmo se não for segurá-lo e, caso o bebê possua algum tipo de imunodeficiência, como portadores de doenças crônicas ou prematuros, o cuidado deve ser redobrado.

A seguir, separei uma lista com algumas orientações para serem seguidas em momentos de visitas aos pequenos.

1. Melhor horário

É importante sabermos que há momentos e locais inoportunos para se visitar um bebê. Portanto, o melhor a se fazer é não aparecer de surpresa. É preferível perguntar antecipadamente aos pais qual o melhor momento para uma visita.

2. Cuidado com a higiene

Manter uma boa higiene, principalmente das mãos, ajuda a proteger o bebê. É interessante, antes de entrar no ambiente onde o pequeno se encontre, a utilização de álcool-gel.

3. Se estiver doente, não vá

Como você já sabe, o sistema imunológico de recém-nascidos ainda é muito frágil. Sendo assim, é importante evitar o risco de contaminação por alguma doença de terceiros, pois esta pode até mesmo ser fatal.

4. Evite levar crianças

Além das crianças perderem rapidamente o interesse pelo bebê, suas mãos tendem a ter uma quantidade maior de germes, comparado aos adultos. Sendo assim, é interessante evitar a visita de crianças ao bebê, pelo menos até ao terceiro mês de vida do pequenino.

5. Evite fumar, usar perfumes ou cremes

Assim como sua pele, o olfato do bebê ainda é muito sensível e odores como o de cigarros, perfumes e cremes podem ser prejudiciais caso o recém-nascido tenha alguma alergia a alguma substância que compõe tais produtos.

6. Evite beijos

Como dito anteriormente, devemos evitar o beijo em qualquer parte do bebê. Além disso, é indicado também evitar segurar a mão do pequeno, visto que este contato também pode transmitir algum germe. Em outras palavras, quanto menor o contato, menor a chance de transmissão de germes.

Em resumo, os cuidados maiores devem ser tomados nos três primeiros meses de vida, quando a criança conta apenas com as defesas naturais adquiridas durante a gestação, e os demais cuidados até os seis meses, que é o período em que são dadas as primeiras vacinas.

Dr Wesley Pediatra Santo Antonio da Platina

Dr. Wesley de Moraes Pereira Junior

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Sobre Dr. Wesley Pediatra Santo Antônio da Platina

Dr. Wesley Jr.

O Dr. Wesley de Moraes Pereira Junior é graduado na Universidade do Oeste Paulista, pela Faculdade de Medicina “Dr. Domingos Leonardo Cerábolo”, com Residência Médica na especialidade de Pediatria, pela Faculdade de Medicina de Marília.